sexta-feira, 27 de maio de 2011

Câmara pode acompanhar investigação sobre assassinato de ambientalistas

Da Agência Câmara
Reportagem Geórgia Moraes/Rádio Câmara
Edição Paulo Cesar Santos


Deputados querem acompanhar investigação do assassinato dos ambientalistas José Cláudio Ribeiro da Silva e Maria do Espírito Santo (foto) no Pará nesta semana. O casal denunciava, desde 2008, a extração irregular de madeira no sudoeste do estado. Em novembro do ano passado, eles já haviam recebido ameaças de morte.

Os deputados Arnaldo Jordy (PPS-PA) e Dr. Aluizio (PV-RJ) apresentaram requerimentos sobre o assunto. O parlamentar paraense propõe a criação de um grupo de trabalho da Comissão de Direitos Humanos para acompanhar o caso. Já Dr. Aluizio pede a criação de uma comissão externa. A presidente Dilma Rousseff determinou que a Polícia Federal acompanhe as investigações do crime.

"Essa tragédia no Estado do Pará não pode ser aceita como uma coisa banal. O Pará, há nove anos, é campeão nacional de mortes em conflitos por disputa de terra, envolvendo interesse econômicos vinculados a ativos da natureza", afirma Arnaldo Jordy.

Falta de fiscalização
O deputado José Geraldo ( PT-PA), que foi ao enterro dos ambientalistas ontem, explicou que a motivação do crime é falta de regularização fundiária no assentamento agroextrativista Praia Alta Piranheira, onde morava o casal e de fiscalização por parte do Ibama. “O órgão não cumpriu sua função de fazer a fiscalização e enfrentar as empresas madeireiras que agem de forma ilegal, estimulando o confronto entre as lideranças. Então, há uma revolta, uma cobrança de que o governo federal assuma o papel de realmente fazer a regularização fundiária e ambiental dos assentamentos dessa região".

Os ambientalistas faziam parte do Conselho Nacional das Populações Extrativistas, ONG fundada por Chico Mendes, também assassinado por denunciar conflitos de terra e exploração ilegal de madeira. O casal morava há 24 anos em Nova Ipixuna, no sudoeste do Pará, e desenvolvia um projeto de exploração sustentável da floresta com 500 famílias de extrativistas, que sobrevivem da venda de óleos vegetais e de frutas como o açaí e o cupuaçu.

Nenhum comentário:

Postar um comentário